Educação e Arte

Arte na contemporaneidade

Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso significa que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos ficam desabilitados. Por essa razão, fique atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!


A arte contemporânea é uma manifestação artística que está ultrapassando os meios convencionais de representação e com os avanços tecnológicos vem ganhando espaço em todas as formas de comunicação e expressão. Assim, nesta webaula, estudaremos sobre a arte contemporânea.

Arte contemporânea

O artista tem maior liberdade de criação por meio das evoluções tecnológicas e sociais, permitindo novas linguagens, o0bjetos e técnicas sejam incorporadas no processo de criação. Uma das características da arte é a provocação – provocação no sentido de gerar discussões, reflexões acerca de determinados temas ou acontecimentos sociais. A arte contemporânea é provocativa e constantemente nos “tira” da zona de conforto. 

É exatamente o que acontece quando uma mostra apresenta obras mais polêmicas, que questionam crenças e valores socialmente construídos.

Marchel Duchamp (1887-1968)

Marchel Duchamp foi um artista que influenciou fortemente a arte contemporânea. Em meio a um contexto ainda influenciado pela arte moderna e meios tradicionais de arte, ele criou obras provocativas e pensadas de maneira bem diferente para a época, como a obra “a fonte”, que marcou o uso de instalação de objetos que passam a ter sentido de arte.

A Fonte
Fonte: https://bit.ly/2ZrkKIK. Acesso em: 30 ago. 2019.

A arte contemporânea pode ter caráter conceitual e efêmero, manifestando-se por meio de diferentes linguagens artísticas, como: instalação, assemblage, performance, happening, readymade, videoarte, etc.

A arte vai passando por modificações e tem relação direta com contexto, tempo e espaço. Na arte contemporânea, a partir de 1960, vamos perceber que o artista não é mais o centro da obra, para tanto, a interação e a participação do público passam a ser essenciais no momento de fruição e de dar sentido a ela.

Linguagens artísticas

Todos os processos permitem inúmeras formas de representação e utilização de materiais, desde o mais singelo até o mais inusitado sugerindo reações instintivas e espontâneas ao espectador.

A instalação, embora ainda apresente um conceito muito discutido, é uma técnica experimental que abre um leque de diferentes possibilidades artísticas. O espaço é essencial, tendo em vista que a instalação faz parte da obra. Quando um artista pensa uma instalação, apropria-se de objetos, de diferentes materiais e, até mesmo, de técnicas tradicionais, como desenhos, pinturas e esculturas, ressignificando-os por vezes. Nessa linguagem, a obra fica exposta e o espaço faz parte dela, além de normalmente envolver o espectador por meio de interação. Alguns artistas utilizam materiais diversificados, provocando sensações diferentes, que podem ser fruídas por meio de vários sentidos.

A linguagem do happening surgiu a partir dos anos 50, em um momento em que a arte foi às ruas, por meio de técnicas de teatro, encenação, improvisações e espontaneidades que envolviam o público, contudo, sem regras, tampouco um início, um meio e um fim, uma vez partindo da improvisação. O termo happening tem origem inglesa e significa “acontecimento”. Foi utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow para se referir a uma linguagem da arte que se apresentava fora de galerias e museus.

A linguagem da assemblage surge em 1953, por Jean Dubuffet (1901-1985), que relacionou o termo aos trabalhos que vão além da colagem. Trata-se de um conceito que envolve a técnica de colagem, mas em um sentido mais amplo, relativo à acumulação. Os artistas que produzem assemblage podem utilizar diferentes elementos retirados da realidade para que estes incorporem a obra e deem sentido a ela – o que não quer dizer que os elementos perdem o sentido original. Um dos artistas que trabalharam com essa linguagem foi Robert Rauschenberg, ao desenvolver trabalhos que uniram a pintura e a comunicação, retartando a cultura popular, a arte e a vida cotidiana.

A Readymade pode ser entendida como uma linguagem da arte contemporânea que ressignifica objetos já fabricados, atribuindo ao público a decisão final de, por exemplo, uma roda de bicicleta montada ao contrário sobre um banco, ser ou não uma obra de arte (MILLET, 1997, p. 42). Assim como fez Marcel Duchamp, com as obras A Roda de Bicicleta e A Fonte.

Essa linguagem surgiu por volta da década de 1960, por meio da combinação do teatro, da música, da poesia e do vídeo. O artista passa a compor a obra e a se apropriar de diferentes linguagens. Ela pode ter, ou não, a participação do público, como também pode apresentar um tempo determinado pelo artista, que planeja cuidadosamente cada detalhe da obra. A diferença entre o happening e a performance é que existe, no primeiro, uma intencionalidade do artista na interação com o expectador; já na performance, o que prevalece é a espontaneidade.

Arte efêmera

A arte efêmera teve seu início entre as décadas de 1960 e 1970 e está relacionada à arte de pouca duração, transitória, passageira, tendo em vista que a criação acontece por meio do uso de elementos perecíveis, ou estão relacionadas a instalações, happenings e performances. Dessa forma, a obra é divulgada e registrada por meio de recursos tecnológicos, como a fotografia, os vídeos, etc. O público pode até mesmo apresentar um papel ativo nas propostas artísticas.

Vicente José de Oliveira Muniz, conhecido como Vik Muniz, é um dos artistas que utiliza esse tipo de linguagem. O artista plástico, pintor e fotógrafo brasileiro é conhecido por utilizar materiais não convencionais em suas obras, como lixo, gel para cabelo, restos de demolição e materiais perecíveis, como ketchup, açúcar, geleia, chocolate, entre outros materiais. Um dos objetivos desse artista é alcançar o público que não possui o hábito de frequentar as galerias de arte.

Compreender a arte contemporânea implica em aceitar a quebra de alguns paradigmas, uma vez que essa arte é conceitual. Ou seja, a ideia proposta pelo artista é que a provocação é mais importante que o objeto em si, pois o valor da obra está na experiência que poderá causar no público.

É importante considerarmos que a arte contemporânea faz parte do contexto histórico e social dos nossos alunos, e, embora provocativa e muitas vezes polêmica permite uma linguagem associada às propostas educacionais modernas defendem o sociointeracionismo nos processos de ensino e aprendizagem.

Bons estudos!

AVALIE ESTE MATERIAL

OBRIGADO PELO SEU FEEDBACK!